O escapulário

Nesta última quinta apliquei uma palestra com dinâmica vivencial na empresa de engenharia Contek, o tema da palestra foi Relacionamento Interpessoal, e o objetivo era sensibilizar o pessoal de chão de fábrica para um projeto maior.

Durante a palestra observei que tinha um trio de três rapazes mais jovens, um deles estava com óculos escuros e boné, percebia que quando eu enfatizava sobre relacionamento interpessoal na vida profissional e pessoal, um deles demonstrava através de expressão facial resistência a minha fala.

Tudo estava acontecendo de maneira satisfatória, até que ao fazermos a dinâmica vivencial convidei este rapaz para ser um dos voluntários, ele aceitou prontamente com ar desafiador. No total eram seis voluntários. Em resumo a dinâmica era para cada um fazer o que quisesse com o colega ao lado.

Quando chegou a vez deste rapaz (Fabrício*), receber algum tipo de atitude do seu colega, ele ficou meio assustado, e para a surpresa de todos com muita simplicidade o colega estregou ao Fabrício o seu escapulário, e disse: isto é para te proteger, que Deus te abençoe! O Fabrício, ficou meio sem palavras e a sua fisionomia nos passou uma alegria tão expontânea similar a de uma criança.

A lição desta dinâmica, era que quem recebeu determinada ação, deveria devolver para quem lhe deu. O Fabrício lamentou por ter que devolver o escapulário. E me disse que não se lembrava do que o colega lhe falou. Eu fiz questão de lhe dizer ao pé do ouvido, as palavras que o seu companheiro de trabalho lhe dissera. Fabrício "balançou" um pouco e prosseguiu. Chegou na frente de seu colega, lhe entregou o escapulário (colocou em seu pescoço) e lhe disse: Isto é para te proteger. Que Deus lhe abençoe! E num impulso, deu um abraço apertado e demorado no seu novo amigo, .

Eu lhe perguntei o que ele sentiu. Ele me disse todo emocionado: FELICIDADE!

* Fabrício é um nome fictício, para preservar a identidade do funcionário.